As razões que moveram este ser indigno que sou a apresentar ao público o seguinte discurso são: Primeiro: para atender aos desejos e satisfazer as piedosas solicitações de diversas almas preciosas, que há tempo anseiam que as coisas impressas neste livro sejam impressas em seus corações pela mão do Espírito Santo. Segundo: para benefício de muitos, e que o meu fraco serviço seja aceito pelos santos, e de que o seu “amor cresça mais e mais em ciência e em todo o conhecimento” (Fp 1.9-11); que aprovem as coisas excelentes; que sejam sinceros e inculpáveis até o dia de Cristo, cheios de frutos da justiça, os quais são obtidos por meio de Cristo, para o louvor e a glória de Deus. Terceiro: para servir de utilidade para os santos em todas as ocasiões, mas principalmente em tempos de mudança... Ah, cristãos, o Senhor está sacudindo céus e terra! Ele está maculando o orgulho de toda glória. Quarto: muitos cristãos vivem entre temores e esperanças, e como que ficam pendurados entre o céu e o inferno... parecem um navio no meio de uma tormenta, arremessado para lá e para cá. Assim, espero que as almas fracas sejam fortalecidas, que as almas instáveis se firmem, que as almas desconsoladas sejam confortadas. Quinto: publico o discurso que se segue lembrado de que a minha vida é apenas um vapor evanescente (Tg 4.14) e de que o tempo da minha peregrinação neste mundo será curto (Sl 39.12). Sexto: para testificar meu cordial e sincero amor e afeto por todos aqueles que, verdadeiramente, amam Cristo, e para fazê-los saber que todos eles, embora sob diferentes formas, são preciosos aos meus olhos, e que são muito chegados e caros ao meu coração. Sétimo e último: para proteger e fortalecer as almas dos cristãos sérios e reais contra noções doentias, especulações levianas, revelações imaginárias e fantasias entusiásticas, pelas quais muitos são lamentavelmente iludidos e enganados, e por pouco não digo, para sua ruína eterna! E agora, que a graça de Deus encha os seus corações e as suas almas de todos os frutos da justiça e da santidade, para que vocês alcancem a plena certeza da sua eterna felicidade e bem-aventurança, sendo este o sincero, caloroso e constante desejo daquele que é o servo da alma de cada um de vocês. Thomas Brooks